Recentemente estava assistindo à MTV quando um de seus spots sobre ecologia me chamou a atenção. Nele uma mulher defendia que as campanhas de preservação ambiental deveriam utilizar o lema "Salvem a humanidade!" ao contrário do tão batido "Salvem o planeta!". Nos curtos 30 segundos do spot ela explicava porque defendia esta mudança e eu comprei a idéia dela. Aderi à campanha.
Não precisei pensar muito para dar razão ao novo lema proposto, afinal o planeta não está em risco. Nós estamos. Porque nosso belo planeta sobreviverá a nós, como sobreviveu a tudo nos últimos milhões de anos. Ele já esquentou e resfriou inúmeras vezes, criou as formas de vida mais variadas e extinguiu outras tantas. Até ácido sulfúrico choveu por aqui e nem por isso o planeta morreu. Ele mudou, se adaptou, se reinventou tantas vezes quanto o destino o obrigou, e aqui está, milhões de anos depois, sobreviendo a maior das ameaças.

Porque a triste verdade é que o homem é um animal egoísta. Uma pequena parcela da humanidade está preocupada com as focas do ártico ou com os gorilas das montanhas. Para a grande maioria, suas vidas não serão afetadas com o desaparecimento de pandas ou baleias. A nova geração até apresenta um grau de conscientização maior, como o meu filho, que me chama a atenção cada vez que esqueço a torneira aberta quando escovo os dentes. Mas a imensa massa de adultos não está nem aí. Somos egoístas e - erro maior - imediatistas. Eu tenho, com boa vontade, mais 50 ou 60 anos de vida pela frente, e sei que até lá o mundo ainda vai estar aí. Além do mais, eu tenho um emprego, uma casa onde eu separo o lixo e economizo água... Eu faço a minha parte. Não é assim que todo mundo pensa? É como se, ao separar meia dúzia de latas e garrafas pet, estivéssemos pagando a nossa cota de sacrifício com a humanidade. Estamos quites.
Não vou ficar aqui levantando bandeira de nada, até porque acho que a humanidade é inteligente o bastante pra saber (e sabe) que está num caminho errado. se vão tomar atitude e corrigir os defeitos é outro assunto. Só queria deixar claro que o planeta não está nem aí pra gente, porque ele vai sobreviver. Nós é que estamos em risco. Simulações em computadores mostraram que, se o homem desaparecer da face da terra, a natureza levara menos de mil anos para apagar nossos registros de civilização. Prédios ruirão, aparelhos se desintegrarão, a atmosfera voltará ao equilíbrio e a vegetação cobrirá o espaço que lhe foi tomado. Se algum alienígena pousasse aqui mil anos depois, seus arqueólogos encontrariam pequenos traços de contruções como a Grande Muralha ou as pirâmides do Egito. Talvez um ou outro objeto profundamente enterrado... E só.
Ou seja, não somos tão importantes quanto acreditamos nem tão insignificantes que não possamos mudar nosso comportamento. Ainda dá tempo.
Um comentário:
Se este seu texto fosse uma ópera, eu diria: BRAVO, BRAVÍSSIMO!!!! (Tanto pelo estilo, como pelo conteúdo.)
E sem mais comentários, pq o tema é impactante demais...
Vou aderir ao lema SALVE A HUMANIDADE. Aguarde texto sobre isso no meu blog.
BEIJOS!
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