quarta-feira, 18 de junho de 2008

Mais do Mundo Feminino

Estamos na era da tecnologia, onde as coisas evoluem de forma tão vertiginosa que mal conseguimos seguir as tendências. O IPhone, objeto de desejo de dez entre dez geeks, mal completou um ano de vida e já teve a sua segunda versão lançada. Quando falamos de eletrônica e informática, fica quase impossível acompanhar e entender sobre cada novidade. Enquanto isso, em outras áreas as evoluções não são tão divulgadas, o que não significa que sejam menos importantes. Algumas coisas simplesmente foram aperfeiçoadas e absorvidas pelo consumidor sem provocar alarde.

O absorvente feminino por exemplo. Você já parou para analisar o grau de evolução que estes pequenos objetos sofreram nos últimos 30 anos? Não vou nem me reportar ao passado distante das toalhinhas usadas por nossas avós, porque seria um exagero. Mas todos certamente se lembram dos gigantescos Modess da década de 70. E olha que a Johnson & Johnson lançou esta maravilha da higiene íntima feminina em 1927, embora ele só tenha chegado ao Brasil em 1945. Se na década de 70 eles pareciam travesseiros, imagina o tamanho do bisavô dele. Em 1927 eles provavelmente pareciam uns mini-colchões. Posso até imaginar uma parceria entre a J&J e a Ortobom...

Logo em seguida vieram outras tantas marcas, no vácuo do sucesso do Modess. Todos invariavelmente enormes, mas com pequenos diferenciais entre si. Havia até uma marca famosa por sua cola “eterna”, que passava da fita para a calcinha e desta para a dita cuja, e depois retornava para a próxima calcinha, no que talvez fosse o primeiro exemplo bem-sucedido de reciclagem.
Com o passar dos anos os absorventes passaram por uma espécie de pós-graduação em Harvard e ganharam modificações das mais variadas. E nós homens evoluímos junto com eles. Se nossos avós e pais ficavam constrangidos de ir até a farmácia e pedir um pacote de Modess, o homem moderno se livrou deste trauma e consegue com desenvoltura pegar um pacote na prateleira e passar pelo caixa com a maior serenidade.

Quer dizer, ele até conseguiria pegar o pacote e passar pelo caixa. Isso se ele pudesse identificar exatamente a marca e o modelo que foi indicado por sua esposa ou namorada. Sim, porque se para nossos avós e pais era fácil ter que escolher apenas entre 3 marcas e 3 tamanhos, para o homem moderno a operação de escolher o absorvente correto ficou mais complexa do que decorar os comandos daquele novo modelo de celular. Noturno, diurno, uso diário, fluxo intenso, com aba, sem aba, anatômico, ph neutro, perfume de flores do campo... E ainda bem que não inventaram um com pilha, senão certamente um engraçadinho faria a versão com trava elétrica e aquecimento interno.

Ou seja, é impossível não levar um esporro ao chegar em casa com um pacote contendo mais de uma dezena de absorventes que não servem para a sensível (e exigente) perseguida da sua amada. Falo por experiência própria. Com dois casamentos e cerca de quarenta idas à farmácia eu devo ter acertado no máximo umas três vezes. E meus amigos não escapam desta estatística. Nós bem que tentamos e nos esforçamos. Na próxima vez que você entrar numa farmácia, observe o homem na seção de absorventes. Note a cara de desespero, as mãos suadas e o olhar esbugalhado enquanto ele lê as especificações do pacote. Se você for homem, sentirá pena porque você conhece aquela sensação. E se você for mulher, por favor, tenha piedade de nós. Ofereça ajuda. Ou pelo menos não peça mais para o seu namorado ou marido comprar os seus. Ou monte uma ONG para auxiliar esses pobres homens, monte um cursinho intensivo, sei lá...

4 comentários:

Ana Lúcia Prôa disse...

Vc quase me mata de rir com a junção da Johnson´s com a Ortobom! Perfeito! Me lembro bem qd fiquei menstruada, aos 11 anos, com corpinho de 7. Só havia no mercado Sempre Livre e Modess. Ambos eram tijolões! Minha mãe e minha irmã usavam Sempre Livre, então lá fui eu encarar o tal COLCHÃO. Imagina o que é uma menininha ter no meio das pernas um troço daqueles?!?! Ninguém merece! Um trauma e tanto. Mas hoje sou bem resolvida, pq uso um absorvente finíssimo, chiquérrimo e baratíssimo. Ainda assim, estou ansiosa para daqui a uns 5 a 10 anos, quando não precisarei mais usar absorvente algum! Será bom demais!!!!!!!!

Mais um texto GENIAL seu!

BEIJOS!

Unknown disse...

Puts! vc foi lá nos anos 70... Cinco anos depois eu estava nascendo 1975 e com 15 anos mesntruando pela 1º vez. Ainda lembro muito bem como era insuportável manter entre as pernas um travesseiro insanguentado (rsrsr). Glória a Deus!! viva a modernidade!! Hoje podemos escolher!! Hauahau só vc mesmo pra relembrar... como sempre muito criativo. (rsrsrs) Bjoss

Helena Vox disse...

Só vc mesmo prs escrever um texto desses! realmente, mandar um homem comprar artigos femininos nao dá certo, rsrs. Confesso que já presenciei a cena descrita no post: o cara super nervoso sem saber qual pacote levar pra casa, kkk. Lembro também a unica vez que me pai foi na farmacia comprar absorvente pra mim, foi hilário!!
Ele comprou um mega tijolo e quando fui reclamar ele quase comeóu a chorar! "Poxa, mas é que tinha de tantas marcas e tipos, pensei que nao fizesse diferença!!" kkkk. Até agora, um dos melhores posts! Bjos

Cassia Lima disse...

F ja inventaram um com aquecimento interno... esqueceu das malditas abas...Como esquenta aquilo!!! Adorei seu texto...êee moço talentoso!